sábado, 25 de junho de 2011

A expectativa de ter uma família



O Lar Emaús, na Capital, abriga crianças que aguardam as visitas e vivem, em cada encontro, a esperança de serem adotadas

“Me adota?” A pergunta é comum sempre que os meninos que vivem no Lar Emaús, na Capital, recebem visitas. Até mesmo quem trabalha na instituição e convive com eles diariamente é questionado.

Oabrigo tem espaço para acolher 10 meninos e atualmente serve de moradia para sete, a maioria entre seis e nove anos, e um adolescente de 15 anos. Seis pessoas trabalham na entidade, mantida principalmente por meio de doações.

Parte do grupo estuda de manhã e o restante à tarde, todos são bolsistas de escolas particulares. Alguns fazem futsal ou natação em uma associação próxima. O garoto de 15 anos faz aulas de matemática todos os dias no contraturno escolar.

Grande parte dos que chegam ao Emaús é encaminhada do Lar São Vicente, que abriga meninos somente até os seis anos. No Emaús, eles ficam até serem adotados.

– A euforia e a vontade de serem adotados é muito grande, é o que todos eles mais querem – conta Rita da Silva, 48 anos, que há um ano trabalha no abrigo.

A ideia de pertencer a uma família é constante justamente porque a maioria deles tem a consciência de que o abrigo é para ser uma etapa transitória, apenas uma passagem, conforme explica a psicóloga da Vara da Infância e da Juventude de Florianópolis, Michelli Moroni Rabuske.

– As visitas ao abrigo são realizadas mediante a autorização da Justiça. As crianças conhecem as pessoas que trabalham lá. Assim, qualquer pessoa de fora que chegue no local para eles é um potencial pai ou mãe – explica.

Os psicólogos e assistentes sociais que lidam com essas crianças cuidam para que não se criem ilusões. A criança só fica sabendo da adoção quando tudo está certo. Micheli explica que, quando um casal visita um abrigo, ele já está em processo de adoção há algum tempo, sendo analisado e já lhe foi indicada uma criança. Mas como na visita os interessados são orientados a não deixar isso claro, quando a criança é adotada, tem a impressão de que foi a escolhida em meio às outras.

Fonte: Diário Catarinense

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