ARTIGO:
É preciso investir para que tenhamos uma sociedade saudável
Por Ana Paula
No dia 10 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental e, para o ano de 2011, a Organização Mundial da Saúde e a Federação Mundial de Saúde Mental elegeram como tema O Grande Impulso: Investir em Saúde Mental. De fato, temos que Investir para Impulsionar a efetividade no campo da saúde mental, mas investir em saúde mental significa ter financiamento coerente e permanente para as ações, serviços e formação de recursos humanos. Para isso, é preciso ter gestores comprometidos em avaliar a resolutividade do investimento nesse campo com pequisas.
Em se tratando de financiamento, a Organização Mundial da Saúde preconiza 5% do montante da saúde para a Saúde Mental. O Brasil dispõe de 2,93% do orçamento total da saúde para este campo de ações específicas. Em relação às ações, em que pese a promoção da saúde mental e prevenção dos transtornos mentais, principalmente no nível primário de atenção à saúde, os investimentos podem ser planejados e executados sobre os determinantes sociais da saúde, o que implica em uma ação intersetorial. Isto significa refletir a desigualdade social, a ausência de solidariedade, de cuidado e as relações de poder.
O investimento na promoção preconiza processos de mudanças e construções participativas baseadas em valores e capacidades comunitárias locais. As estratégias de empoderamento através de grupos de ajuda e suporte mútuos, criação e monitoramento de políticas públicas de promoção a saúde mental são exemplos dessas ações. Pensar promoção significa, ainda, ter políticas de desenvolvimento para o bem estar humano, pois cada etapa do ciclo vital possui especificidades, desde a gestação aos idosos.
A prevenção dos transtornos psíquicos foca os determinantes que possam influenciar seu surgimento. Portanto, os investimentos envolvem os fatores de risco e de proteção. Significa reduzir o abuso e abandono de menores, ter alimentação saudável, moradia, acesso à educação, redução da insegurança econômica, fortalecimento das redes comunitárias, intervenção familiar, estresse no trabalho, envelhecimento saudável. Como parlamentar representante da sociedade civil, minha contribuição para o dia Mundial da Saúde Mental é, também, sensibilizar o Estado, em seus Poderes, para que haja investimentos concretos das três esferas de governo para ações de saúde mental ao longo da vida humana. Por fim, impulsionar é investir no protagonismo dos usuários e familiares da saúde mental na construção de uma sociedade sem manicômios, onde a liberdade e a felicidade sejam valores alcançáveis na plenitude dos humanos.
Foto: Carlos kilian/Alesc
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
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