sábado, 18 de maio de 2013

Artigo: Exploração e Abuso Sexual




Mudar a cultura do silêncio para o combate à exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes em nosso país é um desafio que precisa ser enfrentado com urgência para a mudança de uma realidade contra a qual devemos nos indignar. É revoltante sabermos que milhares de meninas e meninos sofrem a ação de mentes doentias, expostas a um tipo de violência difícil de ser superada.

Dados do Disque 100 apontam que, em Santa Catarina, mais de 1.000 casos foram registrados em 2012. Mas as autoridades judiciais acreditam que 80% a 90% desses crimes não chegam a ser denunciados. E não basta denunciar. É preciso que o Estado esteja preparado para dar respostas, oferecendo respaldo às vítimas e punição aos que praticam abusos e também os que exploram sexualmente meninas e meninos, submetendo-os à prostituição.

Pesquisas revelam que a maioria dos casos de violência começa onde deveria haver proteção: dentro da própria casa. São crimes praticados por quem deveria oferecer amor, os parentes. Os abusos também partem de pessoas próximas à família. Por isso, é fundamental estar atento a sinais como mudanças de comportamento, que podem indicar que a criança ou adolescente está sofrendo essa violência.

Nesta semana, intensificaram-se as reportagens fomentando o debate para o Dia Nacional de Luta contra o Abuso e a Exploração Sexual Infanto-Juvenil, neste sábado, 18 de maio. O Ministério Público, junto com o Fórum Catarinense de Combate ao Abuso e Violência Sexual, lançou a campanha “Se você viu, denuncie”.

Deve haver esforço de todos para retirar da esfera privada o que acontece escondido e que, por medo ou vergonha, não é denunciado. Quero discutir questões como a retirada das vítimas de suas casas para abrigos quando há violência. A criança ou adolescente é punida e o agressor fica livre? Muito deve ser feito, debatido, implementado para que meninas e meninos não fiquem à mercê de atos que machucam o corpo e, principalmente, a alma.


                                                                                                                                          ANA PAULA LIMA

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