Comissão Memória, Verdade e Justiça é instalada por Jornalistas em SC

Com a missão de colher depoimentos, informações e documentos sobre jornalistas que foram  vítimas da ditadura militar no estado, o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) lançou oficialmente a Comissão da Verdade, Memória e Justiça durante audiência pública realizada na noite de quarta-feira (05), no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright da Assembleia Legislativa. O mandato da deputada Ana Paula (PT) esteve presente no lançamento. "São importantes as iniciativas que resgatem e documentem a nossa história e que mostrem para quem não presenciou  o triste período da ditadura o valor da nossa democracia. Os tempos livres que vivemos são resultado da ação política e também do sofrimento de muitas pessoas que acreditaram e lutaram por um país diferente", declarou Ana Paula sobre a comissão. O ato contou com a participação do coordenador do projeto “Direito à Memória e à Verdade”, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilney Viana. Em seu pronunciamento, Viana destacou que se trata do esclarecimento dos crimes da ditadura e de todos os danos causados à sociedade brasileira. “O tema não interessa apenas a alguns familiares e amigos de presos, desaparecidos e assassinados, interessa a toda a sociedade, pois eles mataram o sonho de uma geração, com resquícios presentes ainda hoje”, disse. “Os jornalistas, com relatos consistentes, podem ajudar a desmascarar a ditadura. Se a pressão social existir, vamos desvendar muitos mistérios”, completou o ex-preso político no período da ditadura militar.

 A criação da comissão catarinense é resultado de um movimento encabeçado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Os resultados dos levantamentos feitos em Santa Catarina e em outros estados serão encaminhados à Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça dos Jornalistas, lançada pela Fenaj em novembro de 2012. Esta comissão fará o compilamento das informações recebidas e enviará um relatório à Comissão Nacional da Verdade, criada pela Lei 12.528/2011 e instituída pelo governo federal em maio deste ano com o objetivo de apurar as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. De acordo com o presidente do SJSC, Valmor Fritsche, o trabalho da comissão será iniciado imediatamente e seguirá até o dia 31 de março. “É uma satisfação poder dar essa contribuição em respeito à memória de tantas pessoas perseguidas, torturadas, assassinadas nesse período”, frisou. A comissão catarinense é composta pelos jornalistas Celso Martins, Leonel Camasão, Paulo Lehmkuhl Vieira, Elaine Borges e pelo professor e advogado Prudente José Silveira Mello, assessor jurídico do sindicato e conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Assessoria de Imprensa do Mandato com informações da Assessoria de Imprensa da Alesc