terça-feira, 27 de agosto de 2013

Na Alesc, Ana Paula defende Programa Mais Médicos

A deputada estadual Ana Paula Lima disse, durante pronunciamento no Plenário da Assembleia Legislativa, que recebeu com estranheza a notícia de que alguns prefeitos de Santa Catarina assinaram decretos para não receber médicos estrangeiros. “Caso do prefeito de Blumenau, o que é lamentável, porque até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é líder do PSDB, disse ao jornal Valor Econômico que é a favor da vinda de mais médicos para o Brasil”, afirmou. Outro exemplo citado foi do prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior, que também se posicionou contra a importação dos profissionais. “Eu quero saber como é que ele vai resolver o problema dos bairros mais distantes”.
Ontem (26), o prefeito de Joinville, Udo Döhler, também sinalizou para a não vinda de médicos, mas voltou atrás na decisão porque em todos os postos de saúde dos bairros da cidade onde não havia médicos, a população colocou uma faixa dizendo que queriam os estrangeiros para atendê-la.
“Que os médicos brasileiros não queiram ir trabalhar nos municípios mais distantes eu até entendo, agora não querer que outros façam este serviço é que não posso compreender”, ressaltou Ana Paula. No Brasil não há número suficiente de profissionais para fazer atendimento aos mais carentes, mais pobres. Atualmente, 700 municípios não têm um médico para atender a população. “Prefeitos de SC, como o de São Domingos, no Oeste, disse estar pagando salário de R$ 25 mil e mesmo assim não consegue contratá-los”, afirmou. A deputada lembrou que o programa federal é fruto do clamor de todos os prefeitos que fizeram este pleito para a presidenta Dilma durante a Frente Nacional dos Prefeitos, em março deste ano.
Em um aparte, o deputado Dirceu Dresch disse que os prefeitos de Blumenau e de Florianópolis podem se dar ao luxo de fazer um decreto para não receber médicos, porque estão entre as cidades preferidas dos brasileiros. “Quero ver lá em Lindóia do Sul, ou em cidades do interior do nordeste os prefeitos fazerem um decreto com este teor. Eles pedem ‘pelo amor de Deus´ para que o governo envie um médico e o povo reconhece com muita gratidão”, afirmou Dresch.
SAMU – A deputada Ana Paula citou outro problema na área da saúde, em relação à terceirização do SAMU, que piorou o atendimento da população. Há 10 dias, Ana ocupou a Tribuna para denunciar o sucateamento do serviço. “O serviço de urgência e emergência foi criado pelo presidente Lula que disponibilizou a distribuição de ambulâncias para todos os estados brasileiros, além de recursos para a contratação e pagamento de médicos e equipes de socorro”, lembrou.
Segundo ela, Santa Catarina violou a legislação, a vontade da sociedade e do Conselho Estadual de Saúde ao terceirizar os serviços e a gestão do SAMU. “A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) foi escolhida para administrar o SAMU e o Hospital do município de Araranguá que hoje é alvo de inúmeras denúncias, de mau atendimento e assédio moral contra os trabalhadores e à comunidade.” Mas decisão do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) gerou ações judiciais exigindo o retorno do SAMU ao governo do Estado. A Justiça fixou um prazo de cinco dias úteis para isso acontecer.
Ana compara que enquanto o SAMU era público, o tempo de espera das pessoas para o atendimento era de dois minutos, quando foi terceirizado, aumentou para cinco minutos. Com o SAMU público os atendimentos chegavam a 76%, com a tercerirização caiu a 50%. O salário de um socorrista com o SAMU público era de R$ 2 mil. Com o serviço terceirizado o profissional passou a receber R$ 1.220,00 com a instituição do banco de horas. “Com isso a permanência de um socorrista no trabalho hoje é baixa, precarizando ainda mais o trabalho e o atendimento à nossa comunidade”, relatou Ana.

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